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A cerimónia de abertura solene do ano académico 2024 teve lugar no dia 11 de Março na Faculdade de Ciências de Saúde, cidade da Beira, um evento que contou com a participação dos membros de Direcção da Universidade Católica de Moçambique (UCM), convidados, com destaque para o Presidente da Autarquia da Beira, Albano Carige, representantes do governo provincial, dirigentes das demais instituições do ensino superior, docentes, corpo técnico e administrativo e estudantes.

Uma missa presidida pelo Arcebispo da Beira e Magno Chanceler da UCM, Dom Cláudio Dalla Zuanna, onde concelebraram o Bispo Auxiliar da Beira, Dom António Constantino, o Magnífico Reitor, Professor Doutor Padre Filipe Sungo, o Capelão da Região Um, Reverendo Padre Bonifácio Conde e vários sacerdotes, antecedeu a abertura solene do ano académico.

Em sua homilia, o Magno Chanceler, explicou que o início do ano académico é uma nova etapa de vida, principalmente para os novos ingressos, um momento carregado de expectativas, temor e incertezas em relação ao percurso de formação profissional. Em relação aos que não entram pela primeira na UCM, onde estão incluídos os estudantes que já frequentam a Universidade e os colaboradores (Docentes, CTA), o prelado lembrou que a ocasião é de início, expectantes que o ano seja melhor em relação aos anos anteriores.

Dom Cláudio Dalla Zuanna, recordou aos participantes daquela cerimónia que assim como acontece na vida de cada um que se prepara para uma nova caminhada, ao nível das religiões também existem momentos de renovação, no caso concreto dos Católicos, vive-se a quaresma, tempo de conversão e renovação ao encontro da Páscoa. O Prelado também referiu-se aos irmãos da religião Islâmica que recentemente iniciaram o mês do Ramadão, e segundo o Magno Chanceler, nos dois tempos os fiéis procuram aplicar de forma intensa algumas acções que levam a renovação, dentre elas o jejum e oração. Continuando a sua alocução, o Presidente da celebração concluiu dizendo que o caminho da renovação, crescimento e novidade é o caminho da Fé, o caminho da confiança, por isso que ao longo da caminhada neste ano académico que inicia devemos confiar, pois Deus caminha connosco, não estamos sozinhos.

Após a celebração eucarística, o Magnífico Reitor da UCM, dirigiu-se a comunidade académica, onde falou sobre a necessidade de mergulhar profundamente nos desafios e oportunidade que a Universidade enfrenta como uma Instituição de Ensino Superior (IES). Com relação aos desafios enfrentados pelos novos ingressos, o dirigente da UCM reconheceu que a transição para universidade é um momento crítico na vida de um estudante, pois estes não enfrentam apenas os desafios académicos, mas também a adaptação a um novo ambiente social e as responsabilidades adicionais. De acordo com o Prof. Doutor Padre Filipe Sungo, de modo a garantir que os estudantes tenham sucesso é fundamental que os programas de orientação e apoio sejam abrangentes, destacando o aconselhamento académico, serviços de tutoria e actividades extracurriculares, como parte das acções vitais que ajudam na integração dos novos estudantes na vida universitária.

O Magnífico Reitor destacou ainda no seu discurso, a importância de estabelecer parcerias colaborativas com outras instituições académicas e empresas, pois estas para além de facilitarem o acesso aos recursos e financiamentos, mas promovem a troca de conhecimentos e experiências, por isso incentiva os docentes a buscar activamente oportunidades para publicar em revistas internacionais de grande impacto, o que aumenta a visibilidade da UCM no cenário global da investigação científica.

A abertura do ano académico na Universidade Católica de Moçambique, foi também marcada por uma Aula de sapiência, cujo tema foi “Contributo das Instituições do Ensino Superior na humanização da sociedade – Desafios e perspectivas” e que teve como orador Professor Catedrático Brazão Mazula.

No início da sua aula, o académico Brazão Mazula, explicou que o dirigente da UCM ao propor o tema da aula, reconhece que as IES não são as únicas responsáveis pela humanização da sociedade, mas não podem fugir desta missão, pois também é da sua responsabilidade. Para o Orador, a humanização significa valorização do homem e o processo de tornar o seu agir mais humano. Mazula falou da evolução do humanismo renascentista que passou de Greco-latino para Europeu, e neste processo o humanismo passou a definir-se como “o interesse pelo homem e por tudo que lhe concerne”. Citando o filósofo Theodor Ludwig W. Adorno, o académico referiu-se a educação como a melhor via de desbarbarizar as mentes, pois a desbarbarização da sociedade é um dos mais importantes objectivos educacionais, acrescentando que este processo significa a humanizar as mentes. Um processo que passa pelo estudo do consciente e subconsciente da população.

A reflexão sobre a humanização da sociedade apresentada por Brazão Mazula, transcendeu as opiniões dos grandes filósofos que viveram depois de Cristo, por isso foi buscar o Profeta Ezequiel, este que definiu a humanização como um processo que consiste em arrancar o coração de pedra e colocar o coração de carne, mais sensível e humano. O humanismo não é apenas uma questão de pensamento do ser, mas é uma questão de ética, acrescentou Mazula, citando o filósofo alemão Martin Heidegger. Na mesma linha deste pensador, o humanismo é objecto da educação, pois ela transmite valores que devem ser ensinados ao homem para poder ser homem e viver em sociedade.

Depois de transcorrer as contribuições de vários pensadores, o Orador explicou que a humanização é uma “missão” e uma “vocação”. E as instituições do ensino superior devem assumir a responsabilidade de humanizar a sociedade, pois são chamadas a isso, e recebem da sociedade a nobre missão de humanizar a sociedade. Dai as instituições do ensino superior têm de situar-se entre os melhores actores sociais da humanização. 2

Após a aula de sapiência, seguiu-se a declaração da Abertura do ano académico, feita pelo Magno Chanceler da UCM, Dom Cláudio Dalla Zuanna. No seu discurso o também Arcebispo da Beira recordou que a missão desta instituição do ensino superior é promover o conhecimento, a verdade e formação integral dos seus estudantes, não se limitando apenas no fornecimento de informações, ou mera transmissão de conhecimentos, mas sim empenhados em nutrir mentes, corações e espíritos, isto é, construção de cidadãos completos capazes de contribuir de forma significativa para a sociedade.

Na conclusão da sua intervenção, Sua Excelência Reverendíssima Dom Cláudio, agradeceu a todos que fazem parte da Universidade Católica de Moçambique e que contribuem para a construção de um futuro brilhante dos estudantes. Antes de declarar aberto o ano académico desejou a toda comunidade, um ano cheio de realizações e crescimento em todos os sentidos.

Por: Rogério Maduca – Assistente Técnico de Comunicação

Revisão: Paula Mugirima – Assessora para área de Comunicação e Protocolo

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