A Faculdade de Gestão de Turismo e Informática da Universidade Católica de Moçambique, acolheu no dia 19 de Maio, a reflexão e o lançamento do livro “O Desafio Moçambicano da Laicidade”, evento organizado em parceria com o Instituto de Estudos Sociais e Economico (IESE).

A cerimónia contou com a presença da Directora Provincial da Cultura e Turismo, representantes de Instituições de Ensino Superior, líderes religiosos, Membros de Direcção da FGTI, docentes, investigadores e estudantes da faculdade.

Na ocasião, o Director da Faculdade, Mestre Horácio Francisco Caetano, destacou o interesse pessoal e da FGTI em debater sobre a temática abordada na obra, um contributo para a convivência pacifica de todos. O dirigente acrescentou que a faculdade está aberta para acolher este tipo de iniciativas.

Na sequência, o representante do IESE, Doutor Moisés Silvestre Siuta, explicou que a obra é resultante do projecto “Diálogo Inter-Religioso e Inter-Cultural” implementado pela organização entre 2021 e Abril de 2023 nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, com o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) com vista reflectir sobre os desafios da convivência religiosa em Moçambique.

Intervindo na ocasião, o organizador da obra, Professor Catedrático Severino Ngoenha, deu a conhecer que esta obra foi desenvolvida com o intuito de influenciar o respeito pela religião do outro, assim como sugere a laicidade. O académico acredita que apesar das diferenças, Moçambique tem possibilidade de convivência comum, religiosa e pacifica.

Ainda sua explanação, Ngoenha revelou que o projecto que deu origem a obra durou 2 anos e neste período, surgiram outros 2, dos quais, um curso de ciências religiosas que vai ser leccionado na Universidade Rovuma e a criação de um observatório de ciências da religião tutelada pelo Ministério da Justiça, assuntos Constitucionais e Religiosos.

O Padre José Eduardo, um dos painelistas do evento, disse que o grande problema da desunião entre os povos, não são as comunidades, mas sim os poderes económicos que alimentam a discórdia para benefício próprio, pois encontram espaço, na medida em que os jovens são incapazes de identificar o que constrói e o que destrói.

O painel foi também constituído por lideres religiosos de outras confissões religiosas (cristãos e muçulmanos), estes foram unânimes em admitir que na província de Cabo Delgado nunca houve conflito religioso, e para que seja possível permanecer em harmonia não se deve poupar esforços na difusão de conhecimento para os jovens das várias religiões que existem em Moçambique, pois, embora se observem diferenças na forma de adorar, todas as religiões pregam a paz, a harmonia e o amor ao próximo. O Dr. Abudo Gafuro, outro orador, acrescentou, que é necessário a autoaceitação e aceitar aos outros com toda essência, seja ela religiosa ou étnica.

Por: Hassna Abdulai- Assistente Relações Públicas da FGTI

Revisão: Departamento de Comunicação e Protocolo

 

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