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No  passado dia 18 de Maio de 2021, teve lugar na Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica de Moçambique, na cidade da Beira, a cerimónia de apresentação do Relatório de Pesquisa Sobre o Tráfico de Pessoas, Órgãos e Partes do Corpo Humano no Centro de Moçambique, encabeçada pela Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados (CEMIRDE), um dos organismos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), que trabalha a favor das pessoas mais vulneráveis e marginalizadas, com destaque para Migrantes, Refugiados, Deslocados e Vítimas do Tráfico.

O evento contou com a presença de várias individualidades, com destaque para  o Magno Chanceller da UCM, Dom Cláudio Dalla Zuanna, o Presidente da CEMIRDE, Dom Atanásio Canira, o Vice Reitor para Área de Administração e Finanças da UCM, Professor Doutor Armindo Tambo, a Sub-Procuradora Chefe da Procuradoria Provincial de Sofala, Doutora Carolina Azarias, o representante da Direcção-Geral do Serviço Nacional de Investigação Criminal, o Inspector Henriques Manuel, a  Directora da Faculdade de Economia e Gestão, Professora Doutora Ana Júlia Saltiel,  autoridades religiosas, estudantes, Instituições de Ensino Superior sediadas na Beira e Organizações da Sociedade Civil.

Esta apresentação do Relatório esteve a cargo dos pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlane, nomeadamente, as Professoras Doutoras Andrea Moreira e Esmeralda Mariano e pelo Mestre, Prof. Titos Quembo.

No seu discurso de boas vindas, Sua Excelência Reverendíssima Dom Cláudio Dalla Zuanna, Arcebispo da Beira e Magno Chanceller da Universidade Católica de Moçambique, na qualidade de anfitrião, revelou a importância da discussão e pesquisa sobre o tráfico de pessoas, que aliás é uma prática recorrente desde a antiguidade, tendo convidado aos presentes para se envolverem massivamente no combate a este mal, para que estejam em conformidade com um dos mais elementares direitos fundamentais do homem, que é o direito a Vida.

Chamado a intervir em nome da CEMIRDE, Dom Atanásio Canira, Bispo de Lichinga e Presidente da Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados, referiu que os resultados das três pesquisas efectuadas no país devem constituir despertadores de consciência, no sentido de se encarar o tráfico de pessoas, órgãos e partes do corpo humano como uma realidade no nosso país e que deve ser combatido a todos os níveis para que se reponha a dignidade humana.

Em representação da Direcção-Geral do Serviço Nacional de Investigação Criminal, o Inspector Henriques Manuel, responsável pela área especializada de combate ao tráfico de pessoas, migração ilegal e proteção à criança no Serviço Nacional de Investigação Criminal, reconheceu a importância do estudo e defende que para a mitigação deste crime é necessário o envolvimento daqueles que considera actores-chave de investigação, a cooperação entre o SERNIC e outros organismos governamentais e não governamentais.

Intervindo na ocasião, em representação da Digníssima Procuradora Geral da República, a Dra Carolina Azarias, Sub-Procuradora Chefe da Procuradoria Provincial de Sofala, enalteceu a iniciativa da Igreja Católica por encabeçar estudos desta natureza, pois entende que o tráfico de pessoas, além de constituir um tipo legal de crime no ordenamento jurídico moçambicano, é na actualidade, a mais grave violação dos direitos humanos, tendo o considerado de uma verdadeira pandemia, que necessita de esforços conjugados para estancar esta acção lesiva da dignidade humana e da liberdade individual.

Dom Cláudio encerrou o evento se dirigindo a Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados lembrando do compromisso de continuar actuando em defesa dos considerados sem voz e sem vez, para que se reponha a dignidade humana, uma tarefa que só será possível quando todas as forças vivas da sociedade estiverem envolvidas e comprometidas nesta luta.

Por: Fidência Moreira- Relações Públicas

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